Neilson S. Meneses DGE/UFS
A família enquanto instituição social
tem passado por mudanças que se inserem no contexto das transformações
históricas e revelam a adaptação da estrutura familiar à dinâmica econômica, social,
demográfica e cultural, tornando as famílias mais complexas e diminuindo o tipo
de família “tradicional”. Essas mudanças devem ser entendidas como parte
de um processo, que muitos definem como de “modernização”. Algumas tendências
dessa modernização se configuram como um novo perfil demográfico das famílias
brasileiras, que também tem se verificado em Sergipe.
Uma das tendências da família moderna é a redução
do seu tamanho, inclusive essa rápida e continua diminuição do tamanho das
famílias brasileiras, vem sendo apontada por vários estudos e levantamentos que
associam essa realidade, entre outros fatores, a queda acentuada da
fecundidade. Porém, além da redução do tamanho, os dados estatísticos revelam
mudanças na composição das famílias com o crescimento de famílias unipessoais,
que em Sergipe, seguindo uma tendência brasileira, cresceu de forma acelerada
nas duas últimas décadas.
Segundo dados dos censos demográficos
do IBGE entre 1991 e 2010, houve um aumento do número de “solitários”,
isto é, do número de domicílios com um só morador em Sergipe, da ordem de 160,6
%. Só na última década, verifica-se que o número de domicílios com um só
morador no estado cresceu 72,3%, passando de 39 mil domicílios para mais de 67
mil, representando atualmente 11,4 % dos domicílios sergipanos.
[1] Neste
texto, o termo solitário se refere às pessoas que moram sozinhas, porém sabe-se
que o termo solitário é muito mais complexo e não pode ser entendido somente a
partir de dados estatísticos, o mesmo, esta ligado, sobretudo a experiências
subjetivas de vida. Assim nem sempre quem mora sozinho é solitário, a
utilização desse termo no texto se dá em um contexto de crítica a essa
concepção.