Neilson Santos Meneses
(DGE/UFS)
Como um indicador das mudanças na
formação das famílias, o número de nascimentos fora do casamento formal e legal
apresenta uma tendência de crescimento nas últimas décadas. Esta é uma
realidade que era pouco aceita em décadas passadas (principalmente nos anos
1960, 1970), onde termos como “mãe solteira” e “filho ilegítimo” eram usados no
sentido discriminatório. O filho fora do casamento muitas vezes era mantido em segredo
e a situação não era bem vista socialmente. Hoje, porém, a gravidez não marital
tornou-se rotina e em Sergipe não é diferente, pois as mudanças fazem parte do
contexto sociocultural contemporâneo, com as transformações no status da mulher
e a transição demográfica que tem alterado a estrutura tradicional das
famílias. Se antes as pessoas esperavam casar primeiro para formar família e depois
ter filhos, atualmente a realidade apresenta novas facetas, pois as gerações
mais jovens apresentam uma tendência diferente, revelando novos valores e
posturas “mais liberais” ou flexíveis com relação à estrutura familiar.