OSÉ ROBERTO DE TOLEDO E RODRIGO BURGARELLI - Agência Estado
O Brasil se torna a cada ano mais masculino. As
projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
revelam que há mais homens do que mulheres em todas as faixas etárias
abaixo de 31 anos. Entre os brasileiros com 15 anos de idade, por
exemplo, há 61 mil pessoas a mais do sexo masculino que do feminino. E a
tendência é de que o fenômeno se intensifique no futuro.
Em 2017, deverá haver no País mais homens que mulheres entre 15 e 49
anos - a chamada idade fértil. Em 2060, o excedente masculino chegará a
1,2 milhão de homens nessa faixa etária. As estatísticas foram
compiladas pelo Estadão Dados, com base em tabelas de projeções
populacionais do IBGE divulgadas na semana passada.
Longevidade
Na população total, continuará havendo mais mulheres que homens ainda
por muitas décadas. A razão é simples: elas vivem mais. A expectativa
de vida para a população masculina é de 70,6 anos, ante 77,7 para as
mulheres. Além disso, como a mortalidade de homens jovens é bem maior
que a de mulheres - principalmente por homicídios e acidentes de
trânsito.
Nas idades mais jovens, os homens começaram a ultrapassar as mulheres
na virada do século e o processo deverá continuar. Na faixa dos 40
anos, por exemplo, há hoje 28,4 mil mulheres a mais. Em 2060, estarão
sobrando 27,2 mil homens nessa idade.
Hoje, nascem cerca de 5% a mais de homens do que de mulheres no
mundo. Essa proporção já foi observada em vários países. As estatísticas
do Registro Civil, por exemplo, mostram que em 2011 foram registrados
104,9 meninos para cada 100 meninas.
Mortalidade
A diminuição da mortalidade no Brasil nos últimos anos,
principalmente a masculina, reforça o aumento da taxa da população
masculina. "Estamos vendo isso acontecer no Brasil pela primeira vez,
nesta geração", explica o pesquisador do IBGE Gabriel Borges. Segundo
ele, a sobra de homens na faixa dos 15 aos 49 anos é algo já observado
em países com taxa de mortalidade mais baixa.
"Se no Brasil observarmos uma redução ainda maior nas taxas de
homicídios, que permanecem altas, o excedente masculino nessa faixa
etária poderá aumentar ainda mais", afirmou.
Em 2059, a previsão é de que haverá excedente masculino em todas as
idades menores que 50 anos. Como as mulheres ainda são mais longevas, a
tendência é de que elas continuem superando os homens nas faixas etárias
mais velhas, o que explica um excedente feminino previsto em 6 milhões
para o ano. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.