Neilson Santos Meneses
DGE/UFS
Quando nos debruçamos sobre a história do pensamento
geográfico identificamos claramente que uma das principais características da
geografia é a constante transformação de sua definição e da forma de abordagem
do seu objeto de estudo. As várias correntes filosóficas que a influenciaram e
as mudanças no contexto histórico explicam essas transformações. A geografia é uma
ciência dinâmica e por isso é tão difícil sintetizar a sua evolução, em poucas
linhas. Todavia, entre tantos aspectos que caracterizam o conhecimento
geográfico na sua evolução histórica, se poderia destacar pelo menos três aspectos
gerais. O primeiro se refere a uma importante característica da geografia como
ciência, qual seja, a busca de uma visão integradora da realidade, que se realiza
a partir da perspectiva de análise integrada de fenômenos físicos e sociais. As
tentativas de produzir esse entendimento amplo da relação sociedade natureza é
provavelmente um dos maiores desafios da geografia como ciência, colocando
inclusive o risco da dualidade ou de ser percebida como uma ciência de síntese.
E nesse sentido se coloca como uma questão epistemológica central para a
geografia. Decorrente dessa busca está seu
extenso objeto de estudo, que inclui temas humanos, físicos, econômicos,
culturais e sociais, no intuito de conhecer a distribuição e organização dos
fenômenos na superfície terrestre. E embora haja especializações em diversos
ramos dentro da geografia, cabe ao geógrafo não perder de vista esse caráter
abrangente.
O segundo aspecto diz respeito à geografia como conhecimento para dominação, sabemos que a ciência enquanto produto social está imersa nas relações de classe e nas contradições decorrentes dessas relações. A geografia surge e se insere na necessidade de conquistas territoriais, é assim um conhecimento estratégico para sobrevivência dos impérios, dos estados nações e das organizações que desejam conquistar, ampliar ou manter-se territorialmente, estando aí talvez, o seu principal uso para “opressão”, se assim o podemos dizer. Entretanto, e esse é o terceiro aspecto a destacar, a geografia no seu caminhar também demonstrou a possibilidade de tornar-se um conhecimento libertador, e isso está demonstrado, quando permiti tantas possibilidades de ampliarmos criticamente a nossa consciência espacial a respeito da sociedade. Penso que é essa a geografia “libertadora”, que nos impulsiona a conhecer o meio em que se vive, as complexas relações entre os diversos espaços e a relação do homem com o meio. Pode ser assim um caminho para transformar, instigar e conferir maior autonomia a quem dela se apropria. Não é um caminho fácil, tendo em vista a mercantilização da educação e o processo de proletarização do professor, mas é preciso que se entenda a docência como um exercício em processo permanente de transformação, ser professor inclui perseguir constantemente o conhecimento crítico, inovador e reflexivo. Essa é uma das razões da relevância da Geografia, poder difundir e compartilhar o conhecimento que liberte, que transforme, que induza a criticidade e criatividade. Buscar fazer, com ajuda da Geografia, a mudança social que desejamos.
O segundo aspecto diz respeito à geografia como conhecimento para dominação, sabemos que a ciência enquanto produto social está imersa nas relações de classe e nas contradições decorrentes dessas relações. A geografia surge e se insere na necessidade de conquistas territoriais, é assim um conhecimento estratégico para sobrevivência dos impérios, dos estados nações e das organizações que desejam conquistar, ampliar ou manter-se territorialmente, estando aí talvez, o seu principal uso para “opressão”, se assim o podemos dizer. Entretanto, e esse é o terceiro aspecto a destacar, a geografia no seu caminhar também demonstrou a possibilidade de tornar-se um conhecimento libertador, e isso está demonstrado, quando permiti tantas possibilidades de ampliarmos criticamente a nossa consciência espacial a respeito da sociedade. Penso que é essa a geografia “libertadora”, que nos impulsiona a conhecer o meio em que se vive, as complexas relações entre os diversos espaços e a relação do homem com o meio. Pode ser assim um caminho para transformar, instigar e conferir maior autonomia a quem dela se apropria. Não é um caminho fácil, tendo em vista a mercantilização da educação e o processo de proletarização do professor, mas é preciso que se entenda a docência como um exercício em processo permanente de transformação, ser professor inclui perseguir constantemente o conhecimento crítico, inovador e reflexivo. Essa é uma das razões da relevância da Geografia, poder difundir e compartilhar o conhecimento que liberte, que transforme, que induza a criticidade e criatividade. Buscar fazer, com ajuda da Geografia, a mudança social que desejamos.
Nesse sentido, suponho ainda, que vale relembrar a importância
estratégica da Geografia como veículo ideológico e como suporte político na
organização e exploração do espaço. As informações levantadas e trabalhadas
pela geografia como ciência, não são neutras elas representam diversos
interesses e estão relacionadas às necessidades de quem pode estimular sua
produção, bem como apropriar-se dela. Como nos ensina (Lefebvre, 1976) “O
espaço não é um objeto científico afastado da ideologia e da política; sempre
foi político e estratégico...O espaço foi formado e moldado a partir de
elementos históricos e naturais, mas esse foi um processo político. O espaço é
político e ideológico. É um produto literalmente repleto de ideologias”. A
Geografia ao buscar compreender e explicar as complexas relações entre
sociedade e natureza a partir de uma perspectiva sócio-espacial pode nos ajudar
a entender melhor a realidade, mas é fundamental exercitar constantemente o
senso crítico.
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